quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Site Oficial AQUARISMO JUMBO:

O 1º Fórum Brasileiro Destinado à Discussão de Peixes Jumbos e Primitivos! O cadastro é fácil e automático!

O Fórum AQUARISMO JUMBO foi idealizado pelo nosso amigo Paulo Sergio, contando com a Comunidade Oficial no Orkut, o Twitter Oficial, o Facebook Oficial e os vídeos mais famosos no YouTube.

Convidamos todos os Jumbistas para participarem desta grande comunidade, criada com um objetivo central: Fazer com que o nosso Hobby cresça cada vez mais!

Obs.: Ambos os links vão para um único site.

domingo, 26 de junho de 2011

Espécies de Datnioides:

Espécies, tamanho e os lugares de origem das espécies de Datnioides, respectivamente:

Datnioides campbelli / 
32cm / Asia e Oceania
Datnioides microlepis / 45cm / Asia
Datnioides polota (Quadrifasciatus) / 30cm / Asia e Oceania
Datnioides pulcher / 40cm / Asia
Datnioides undecimradiatus / 40cm / Asia

Os Bichirs:


Bichir é um nome genérico que designa certos peixes primitivos do gênero Polipterus.

Vamos ver um texto escrito por Alexandre Avari, falando sobre esses curiosos peixes:


"O nome Bichir vem de um dialeto derivado do árabe, dado pelos egípcios a estranhos peixes parecidos com dragões que habitavam as margens do poderoso Rio Nilo. Pronuncia-se algo como “bi’rrír”. A origem da palavra árabe, entretanto, é obscura. Pode ser corruptela ou derivada de outro termo, pode ter sido inventada especificamente para esse peixe.
Os pesquisadores, franceses que descreveram a primeira espécie da família, Polypterus bichir, pronunciavam algo como “büchírr” (faça biquinho). Os exploradores ingleses os chamavam de “bitchír”, em referência à palavra inglesa “bitch”, que na época, final do século 19, era utilizada quase que exclusivamente para referir às feras selvagens.
De fera mesmo, os bichires só tem a aparência!!


Algumas espécies:

Existem muitas espécies de Bichires, quase todas pertencentes ao gênero Polipterus (Poli = Muitas + Pterus = Asas, Nadadeiras), com uma interessante exeção de uma única espécie (por enquanto) classificada no gênero Erpetoichthys (Erpetus = Corda + Ichthys = Peixe).

A espécie tipo é raramente encontrada à venda no Brasil, trata-se de Polypterus bichir.

P. bichir / Foto: www.primitivefish.com


Habitam os rios ao redor do Saaha, como o Rio Nilo, Rio Niger e Rio Senegal, uma distribuição bastante ampla, por isso existem muitas variedades populacionais e até algumas subespécies, sendo a mais comumente disponibilizada aos aquaristas o Bichir de Lepradei (P. bichir lepradei). É um peixe grande, chega a 70cm quando adulto, de coloração bastante variável, conforme a população. Pode ser bege acinzentado, mais escura no dorso, clareando uniformemente na direção do ventre, muito parecido comP. senegalus, ou cinza azulado formando manchas irregulares que esmaecem em direção ao ventre, sempre branco.
Outras espécies são menores, talvez por isso mais adequadas ao cativeiro. A mais difundida, sem sombra de dúvida, é P. senegalus. Originário dos rios do Noroeste africano e também o Nilo, coexiste com muitas das populações de P. bichir.

P. senegalus / Foto: www.primitivefish.com



Apesar de haverem registros de exemplares com 50cm de comprimento, normalmente não passam muito dos 30cm em aquário. Muito ativos e simpáticos, são tão difundidos que até espécimes albinos são encontrados com relativa facilidade. Sua coloração normal é um bege claro e uniforme, tornando-se um pouco mais escuro com a idade.

Outra espécie comum e um pouco mais exótica (se é que é possível!) é o P. ornatipinnis.

P. ornatipinnis


Sua coloração malhada de preto sobre um marrom quase dourado fazem desta uma das mais belas espécies de Bichir. Um pouco mais agressivo que as demais espécies, atinge cerca de 40cm em aquário ou até um pouco mais. É encontrado apenas na bacia do Rio Congo.


P. endlicheri é às vezes encontrada à venda, atinge quase um metro e possui uma bela coloração cinza prateado com listras negras. É chamado de Bichir Tigre. É encontrado na bacia do Rio Congo e no lago Tangânica.

P. endlicheri

Dentre as espécies de Polypterus, estas são as mais comuns (se é que alguma é realmente comum!), mas encontramos em nossas lojas com razoável freqüência o Peixe-Corda (Erpetoichthys calabaricus).

Estes peixes atingem 90cm de comprimento, mas são fininhos e compridos, o nome peixe-corda é bastante adequado, ainda mais por sua coloração marrom escuro e a textura rugosa de sua pele.

Erpetoichthys calabaricus / Foto: www.primitivefish.com


Este peixe habita o leste africano, no rio Ogum na Nigéria e no Rio Chiloango, no Congo, região onde habitavam as nações Banthu e Nagô, de onde muitos escravos foram capturados e trazidos para a América, sobretudo para o Brasil. Lugar aonde nasceram as grandes religiões africanas, a Umbanda e o Candomblé. Existem muitas lendas envolvendo esta simpática espécie às diversas entidades cultuadas nessas religiões. Inclusive alguns artefatos eram feitos com esta espécie. Mortos, podem ser “modelados” e enrijecem quando secos.


Conta a lenda que no princípio dos tempos, os Orixás vieram habitar a terra e receberam suas funções de Olorum (Deus). Assim que começaram a trabalhar, os Orixás quiseram fazer oferendas a Olorum, mas apenas um Orixá, Ibeji, tinha a possibilidade de ir da terra para o Aruanda (Céu), pois, apesar de se tratar de um único ser, ele habita em dois corpos, representado por irmãos gêmeos, separados em corpo, mas unidos nela única alma. Assim, um ficaria no Aruanda e o outro lhe passaria as oferendas dos demais Orixás através de uma corda.


Cada Orixá tecia suas cordas e cestos, onde colocavam suas oferendas. Oxum, senhora das águas doces, não dispunha de elementos para tecer seu cesto e sua corda, pois os rios não lhe ofereciam nenhum material resistente o suficiente, e as plantas das margens pertenciam a Ossanha, Orixá responsável pelas ervas.



Então Oxum pediu ajuda a seus filhos, os peixes, e conseguiu fazer sua corda e tecer seu cesto usando os prestativos peixes-corda, e assim pôde mandar suas oferendas a Olorum!

Se não bastasse toda a simbologia que envolve a espécie, são pacíficos, muito ativos, resistentes e graciosos. Infelizmente são também excelentes saltadores. Esguios como são, conseguem passar pelas menores frestas. É necessário mantê-los em aquários muito bem tampados.

Anatomia Bizarra!
Bichires não são peixes pulmonados, mas quase! Possuem bexiga natatória dupla e altamente vascularizada, uma parte, geralmente a direita, muito maior que a outra, ocupando quase toda a extensão de sua cavidade abdominal, a outra parte é encurtada para permitir acomodar o estômago e intestinos do peixe.

São respiradores de ar atmosférico obrigatórios, não vivem apenas com o oxigênio que retiram da água. Os exemplares jovens possuem grandes brânquias externas, como as larvas de anfíbios. Evolutivamente, os bichires descendem de peixes elasmobráquios (cartilaginosos, como Tubarões e arraias) e seriam, na verdade, ancestrais dos dipnóicos, os verdadeiros peixes pulmonados.

De seus primos mais primitivos (ou seriam “tios”?) guardam ainda um estranho aparato chamado válvula espiral, que age como órgão flutuador, ainda encontrado, além dos bichires, nos tubarões e arraias modernos e no Celacanto (Latimeria chalumnae), peixes que não apresentam bexiga natatória, no caso do celacanto, pelo menos não uma bexiga natatória funcional.

Como seus primos (ou “sobrinhos”?) pulmonados, costumam enterrar-se no lodo durante o período de seca, geralmente em regiões que não secam completamente. Comportamento muito parecido com o do Peixe Pulmonado Australiano (Neoceratodus forsteri).

Anatomia externa de um Bichir / Foto: www.palaeos.com

Possuem escamas em forma de diamante, conhecidas como Ganóides. Na verdade, são placas ósseas ligadas à pele por pequenos filamentos. Estas escamas formam uma verdadeira armadura, protegendo-os de seus predadores. Além dos bichires, apenas esturjões e gars (Lepisosteus) apresentam este tipo primitivo de escama.

Possuem ainda nadadeiras com esqueleto ósseo e musculatura, como “bracinhos”, chamadas de nadadeiras lobadas, encontrados, também, nos pulmonados, celacantos e nos Amiiformes, cujo único representante vivo é a Amia calva, dos rios norte-americanos.

Mas parte de seu esqueleto é cartilaginoso, o que dá pistas valiosas da evolução da calcificação do esqueleto desde os peixes mais primitivos até os mais recentes. Justamente por conta desse esqueleto parte ósseo, parte cartilaginoso, os bichires deixaram poucos registros fósseis. Muito de sua evolução pode ser estudada a partir das espécies remanecentes.

Sua nadadeira dorsal é composta por diversas partes, cada “raio duro” forma uma nadadeira independente, os raios macios estão fundidos numa única nadadeira, que se funde à nadadeira caudal. A nadadeira anal, no entanto, é pequena e pouco funcional. As nadadeiras pares (ventrais e peitorais) são musculosas, permitem que o peixe “caminhe” pelo substrato de vez em quando, mas são ótimos nadadores.

…E SALTADORES!! Seus poderosos músculos permitem rápidas perseguições às suas presas em potencial e até “aventuras” em terra seca. Sem sombra de dúvida, o espírito aventureiro é muito mais forte nos Erpetoichthys, mas os Polypterus não ficam muito atrás! Se perceber que seu bichir “sumiu’, trate de procurá-lo ao redor do aquário. Como respiram fora d’água e possuem “pernas”, podem “caminhar” alguns metros em busca de algum lugar escuro para se esconder. Podem sobreviver um bom tempo no seco! Mas bichires perdidos que acabam morrendo, secam e ficam como que “empalhados”. Melhor ter um bichir no aquário do que tomando pó na estante!

Repare na ponta de seus fucinhos: existem duas pequenas “trombas” saindo das narinas. Esses aparatos são canais utilizados pelos Bichires para respirar ar atmosférico sem que tenham que se expor demais à superfície. Algumas espécies, como nos Cabeça-de-Cobra (Channa sp.), têm órgãos semelhantes, diferente da maioria dos peixes respiradores de ar atmosférico mais evoluídos, que possuem a própria boca adaptada para sugar ar, como os Calictídeos (coridoras), Gimnomotídeos (Ituís, Tuviras e Enguias-Elétricas), Osteoglossídeos (Pirarucu), Anabantídeos (Tricogasteres, Colisas e Betas) e os próprios Dipnóicos (Peixes Pulmonados).

Bichir em Casa:
Em um aquário de 200 litros podemos manter um P. senegalus feliz por muitos anos. Para outras espécies, 300 a 500 litros seria mais adequado. Espécies que passam de 50cm precisariam de um pouco mais de espaço com o tempo. São peixes de crescimento lento a partir de determinada idade, mas são “largos” e pesadões.

Gostam muito de decoração mais pesada, ficam horas brincando entre rochas e troncos. É importante que a decoração seja bem fixada, para que não desmorone sobre o peixe durante suas brincadeiras.

Convivem muito bem com plantas, aliás, adoram aquários plantados! Podem acabar desplantando uma ou outra espécie de vez em quando, mas nada de mais.

Geralmente não oferecem nenhum problema quanto a parâmetros da água, companheiros e alimentação. Vivem nas mais diversas condições de água, se bem que preferem águas próximas à neutralidade, exceto as espécies que habitam os grandes lagos do sudeste africano, como P. endlicheri, que preferem águas muito duras e alcalinas.

Há quem diga que podem viver até com peixes pequenos: bem alimentados, não os caçam! Apesar de ter fortes motivos para crer nisso, teria receio desta combinação. Afinal, por quê arriscar?

São mais agressivos uns com os outros, sobretudo na adolescência, do que com outras espécies, com as quais convivem geralmente muitíssimo bem!

Bichires são canibais, um dos grandes problema da criação destes peixes em cativeiro! Grandes bichires podem morder nadadeiras e até atacar peixes maiores, sobretudo se houver mais de um Bichir, não houver espaço suficiente para todos ou forem muito provocados.

Ficam menos ativos com a idade, preferindo passar boa parte do tempo em suas tocas, subindo de tempos em tempos à superfície para respirar. Quem ousar incomodar um Bichir adulto em sua toca muito provavelmente vai conhecer o raro lado agressivo desses peixes, geralmente tão simpáticos.

Comem de tudo, mesmo ração e lascas de peixe ou coração de boi, ou seja, comida “que não se move”. Comem bastante! Certifique-se que ele está satisfeito!

Se há uma certa exigência nestes peixes seria quanto a temperatura. Não apreciam água fria, preferem algo em torno dos 25ºC a 29ºC

Existem criadores de Bichires, e algumas experiências na reprodução deles por aquaristas. Caso queira embarcar nessa fascinante experiência, recomendo ler o artigo REPRODUZINDO BICHIRES – Experiência com Polypterus endlicheri de Hiroshi Azuma."




domingo, 15 de maio de 2011

Chat LoveFish ™:


Pessoal, adicionem no seu MSN o Chat LoveFish ™.
group1312777@groupsim.com
Chat relacionado a peixes ornamentais em geral (aquários, lagos, e claro, os peixes...).
Entre e faça parte de um grupo que tem como objetivo fazer com que os aquaristas adquirem mais conhecimento e tratem cada vez melhor de seus peixes.
Afinal, um aquário não é só um objeto de decoração, mas sim todo um ecossistema!

domingo, 3 de abril de 2011

Os Peixes Pulmonados:


"Quando os primeiros europeus começaram a desbravar o Grande Rio Amazonas, eles haviam acabado de chegar de uma longa viagem de pelo menos três meses pelo Atlântico. Desnutridos, carentes de todo tipo de conforto, doentes e com um nível alcoólico um tanto alto, era um grande alívio chegar em algum lugar, qualquer que fosse, pois todos temiam as terríveis bestas do mar, como a Lula Gigante Kraken, as Serpentes Marinhas, As terríveis Baleias com seus dentes gigantescos que comiam barcos e marinheiros (??) e sobretudo as SEREIAS.
Sim, pois essas belíssimas e sensuais criaturas, meio mulher, meio peixe, eram bastante tentadoras, e atraiam os desavisados com seu canto mágico e os levavam para suas tocas, onde submetiam os homens a todo tipo de maldade até que, enfim, os matasse para comer sua carne!
Por isso deve ter sido bastante aterrorizador quando esses valentes lobos do mar se depararam com os doces silvos vindos do rio durante a noite amazônica. Esses sons, muito suaves e melódicos, meio desconexos, eram repetidos a toda hora durante a noite e também durante o dia, mas no silêncio noturno ficavam mais nítidos e apavorantes!
Os nativos, entretanto, sabiam que esse canto não se tratava de suas deusas dos rios, mas sim do som da respiração de um representante de uma antiga e seleta ordem de peixes muito primitivos, conhecido como PIRÁ M’BÓIA, ou “Peixe Cobra-grande”, dentre muitos e muitos outros nomes populares.
Algumas décadas depois a ciência os batizaria de Lepidosiren paradoxa, nome um tanto adequado dado a suas características tão especiais, cuja tradução literal das palavras gregas seria algo como “Ágil Sereia Absurda”!

FÓSSEIS VIVOS!!
Os peixes pulmonados, ou Dipnóicos (Ordem Dipnoi), surgiram no período permiano, a cerca de 350 milhões de anos atrás, e representam um grande marco na história evolutiva de nosso planeta, a enfim saída dos vertebrados dos ambientes aquáticos.
As terras secas, Já dominadas por plantas e uma miríade de invertebrados, era um banquete à disposição de quem pudesse se aproveitar, livre de predadores.
Para alcançar essa conquista, espécies de peixes passaram a utilizar de suas bexigas natatórias, órgãos responsáveis pela flutuação na coluna de água, como órgão acessório para respiração de ar atmosférico. A estrutura interna se modificou tanto que parecia agora uma esponja de finos vasos sanguíneos. Para não perder de todo sua função original, a bexiga natatória de dividiu em duas, para conter mais ar, tanto para respirar, quanto para flutuar. Estavam criados os primeiros PULMÕES VERDADEIROS do reino animal, e já duplos, como na grande maioria das espécies atuais.
A estrutura óssea e muscular da cabeça também mudou! Ao invés de existirem músculos exclusivos para a movimentação do opérculo, coordenado com o abrir e fechar de boca para forçar a passagem de água pelas brânquias, os ossos se enrijeceram e os músculos desenvolveram-se para ter também a capacidade de sugar ar por conta própria, além de engoli-lo, ou seja, RESPIRAR!
Já reparou que em situações de grande Stress, muitas pessoas apresentam um movimento muscular involuntário e repetitivo entre a bochecha e o pescoço? Esta pessoa está “boqueando ofegante” como um peixe em água mal oxigenda, utilizando os vestígios dos músculos responsáveis pelo movimento rítmico dos opérculos, que ainda existem, mesmo que subdesenvolvidos, em todos animais vertebrados terrestres.
Como ainda não possuíam autonomia da água, os dipnóicos desenvolveram sua própria solução para captar o ar mesmo sob a água da maneira mais discreta possível. Estruturas musculares flexíveis e que se movimentam conforme for conveniente, expondo apenas um pequeno bordo fora da superfície da água. A esta estrutura complexa demos o nome de LÁBIOS.
Suas nadadeiras representam o primeiro passo para o desenvolvimento de membros terrestres. São das poucas espécies que possuem nadadeiras lobadas, dotadas de ossos e musculatura próprios. Há semelhança da estrutura da nadadeira de um peixe dipinóico ceratodontideo, a nadadeira de um cetáceo, a asa de uma ave e um braço humano.
A maioria das espécies da outrora dominante ordem Dipnoi está extinta, deles restam apenas ricos registros fósseis que nos mostram um pouco da grandiosidade dessas espécies, mas restam duas famílias, que tem passado por todas as adversidades no decorrer dos milênios mais ou menos ilesas.

AS ESPÉCIES
Apenas seis espécies de dipnóicos existem hoje em dia, todas no hemisfério sul, divididas em duas famílias:

Família Ceratodidae:
São peixes mais primitivos, apresentam pulmões, mas apenas um é funcional, o outro é pouco desenvolvido. Têm câmeras branquiais e brânquias grandes e ainda funcionais, que agem como órgãos adicionais de respiração. Como todo dipinóico, seu principal órgão de respiração já é seu pulmão.
O único representante desta família ainda vivo é o Neoceratodus forsteri, nativo da Austrália.
Sua situação é crítica, estão em sério risco de extinção. O governo Australiano possui diversos programas de preservação deste grande peixe, inclusive criatórios preservacionistas, que vendem parte de sua produção para arrecadar fundos para a continuidade de seus trabalhos, inclusive variedades albinas.
São peixes raros e bastante caros, o Neoceratodus forsteri albino é o peixe ornamental mais caro existente, atingindo cifras de milhares de dólares.
Atingem até 1,70 metros e são muito robustos, parecem grandes e gordas “ovelhas de escamas”! Diferente de seus primos, apesar de possuírem adaptação menor ao ambiente terrestre, têm o hábito de descansarem sobre rochas à beira dos rios e lagos que habitam, mergulhando ao menor ruído. Filhotes passeiam pela relva úmida depois das chuvas, pulando como sapos. Adultos costumam andar razoáveis distâncias em terra de modo similar ao movimento das focas, se arrastando com suas fortes nadadeiras lobadas.
Sua adaptação é suficiente para mantê-los vivos durante o período de secas da Austrália, em que permanecem em estado semi-letárgico em grandes poças de lama onde antes eram grandes lagoas.
Em aquários são bastante agressivos, atacam até mesmo peixes tão grandes quanto eles próprios. Toda essa agressividade é compensada pelo afeto que têm por seus donos, costumam ser muito interativos e brincalhões! Chegam a comer nas mãos do aquarista! Apesar de não possuírem dentes (como todo dipinóico, possuem grandes placas ósseas achatas), não é muito seguro incentivar esse hábito, muitas vezes irresistível!
Essas placas achatadas servem para quebrar as partes duras de camarões, caranguejos e caramujos, além de ossos de pequenos mamíferos e outros peixes. Possuem uma variedade de presas, são grandes oportunistas.

Família Lepidosirenidae
Os lepidosirenídeos estão distribuídos nos continentes sul-americano e africano.
Possuem pulmões muito bem desenvolvidos, tanto que podem percorrer grandes distancias em terra seca e conseguem sobreviver aos períodos de estiagem enterrando-se na lama a cerca de 50cm a 1,5m de profundidade, formando uma espécie de casulo, cujas paredes são revestidas por seu muco , evitando a desidratação completa. Permanecem assim muitos meses em estado letárgico, aproveitando-se das reservas de gordura acumuladas durante a época das chuvas.
Após as primeiras chuvas, os peixes despertam e saem do casulo. Reidratam sua pele ressecada e “espreguiçam”, alongando a forte musculatura, inerte por tanto tempo.
Em algumas horas já estão completamente recuperados e famintos, saem a busca de alimento e de parceiros, é nessa época, tão logo seus habitats enchem, que buscam reproduzir.
A espécie sul-americana, Lepidosiren paradoxa, é a mais pacífica. Possui coloração preto-azulada ou cinza-azulada. Como seus primos africanos, possui nadadeiras peitorais e pélvicas convertidas em longos filamentos musculares. Pode viver com peixes menores, desde que não caibam na sua boca. Já mantive um exemplar desta espécie com acarás discos sem nenhum problema!
Tem a particularidade de, na natureza, alimentarem-se quase que exclusivamente de caramujos, porém, em aquário, aceitam lascas de peixe, camarão, até ração.
Atingem pelo menos 1,25m, entretanto, já pude ver um exemplar morto, utilizado como isca, que tinha pelo menos 1,80m, mas esses dados não são registrados cientificamente.
São freqüentemente confundidas com o Muçum (Symbranchus sp.), com o qual não tem nenhum parentesco, já que ambas espécies, apesar de não terem importância comercial, são utilizadas como iscas vivas e ambas possuem habitats e temperamento bastante semelhante. Muçuns são marrom ou bege, Pirambóias são azuis ou pretas, muçuns não possuem nadadeiras filamentosas e possuem câmaras branquiais grandes, que formam um papo, muito semelhante aos das moréias de água marinha.
Costumam definir uma toca e ficar nos arredores dela. Pode ser um tronco, um vaso ou um cano de PVC, mas não são peixes parados! Movimentam-se bastante, até por que têm que respirar em intervalos relativamente curtos (a cada 15, 20 minutos).
Realmente soltam um suave assobio durante a respiração, que tende a der mais audível quanto maior for o peixe. Exemplares pequenos, ainda jovens, não vão se acanhar de respirar perto de seus donos após alguns meses de convivência, e nessas horas pode-se ouvir seu suave canto!
Não se preocupe, mesmo grandes, pirambóias não são barulhentas, seu silvo é delicado e tem algo de misterioso. Só se houve chegando perto do aquário.
Já os representantes africanos do gênero Protopterus são muito bonitos, possuem coloração mais exuberante, mas são muito mais agressivos que sua dócil prima sul-americana.
Existem 04 espécies, todas raramente encontradas à venda:
Protopterus annectens é a espécie mais comumente encontrada à venda (se é que alguma espécie é comumente encontrada…). Existem em quase todo o continente africano nas mais diversas condições de habitats, inclusive há uma população que habita o Lago Malawi. É um peixe bonito, vistoso e muito ativo, atinge cerca de um metro de ponta a ponta. A subespécie que habita as regiões mais ao sul, P. annectens brieni, é um pouco menor, atinge cerca de 85cm. Existem exemplares albinos vez por outra disponíveis à venda, e atingem altos preços.
Protopterus dolloi é ou Spoted Lungfish outra espécie bastante difundida, possui uma coloração malhada, marrom escura, quase castanha, muito bonita, alguns são cinzentos, mas tons sempre puxados para o marrom. São peixes mais esguios que os demais, possuem filamentos longos e atingem tamanhos um pouco mais modestos se for desconsiderar o longo filamento que tem na ponta da cauda! Atingem cerca de 80cm de corpo, mas o filamento da cauda pode beirar outros 30cm, dependendo do indivíduo, somando 1,20m de comprimento total
Protopterus amphibius é o menor lungfish registrado. Atinge cerca de 50cm. É um peixe delicado, que tem como principal característica jamais perder por completo as brânquias externas que todos os representantes desta família apresentam ao nascer, por isso são chamados de Lungfish guilled, ou peixe pulmonado de brânquias.
Protopterus aethiopicus, a meu ver, é a espécie mais bonita dentre todas! Peixe grande, atinge 1,40m fácil, na natureza chega aos 2 metros, possui uma coloração mais clara, com manchas irregulares, mas encaixadas entre si, como o padrão da pelagem de uma girafa! Este peixe é bastante difícil de se encontrar à venda, sua distribuição na natureza é bastante restrita, limitando-se apenas região do Lago Vitória, na divisa entre o Kênia, Uganda, Tansânia e Somália. Apesar da proximidade geográfica com diversas populações de P. annectens, estes peixes não possuem contato natural este “primo”.
Existe uma subespécie endêmica da bacia do Rio Congo, P. aethiopicus mesmaekeri, que é muito menor, atinge apenas 90cm e possui o corpo bastante volumoso, alto, dando-lhe a aparência bem mais atarracada em relação a seus “primos”.
A situação da espécie é bastante crítica, Estudos de pesquisadores franceses atestam uma queda de até 85% da população desde 1986, quando foi iniciado o programa de pesquisas. Não se sabe ao certo quantos ainda restam. Por se tratar de um peixe grande, é muito utilizado como alimento pelas populações locais.

EM CASA
Se você tiver um aquário grande, bem grande, pelo menos 300 litros (para um P. annectens, que é uma espécie pequena), 500 seria o ideal, não terá problemas em manter esses peixes. São muito pouco exigentes quanto a qualidade da água. Em seu habitat, até vivem em água com concentrações absurdas de amônia, PH beirando 9,0 ou até 5,0, vivem no meio da lama, em água salobra, em água com temperaturas bastante alta…. vivem até sem água!
Mas o ideal sempre é reproduzir as condições mais confortáveis aos peixes, então vamos nos basear em condições mais freqüentes em seus respectivos habitats:
Neoceratodus forsteri vive em águas de PH alcalino, às vezes com alguma concentração baixa de sal, e temperaturas mais amenas, cerca de 25ºC.
Lepidosirem paradoxa vive em águas ácidas e ligeiramente ácidas, como este peixe existe em todo Brasil, do Oiapoque ao Chuí, não são exigentes quanto a temperatura, provavelmente, o exemplar que você adquirir deve ter vindo de uma região próxima, portanto, ficará confortável com a temperatura ambiente normal. Só não gostam de temperaturas baixas demais, 18ºC ou menos.
Protopterus annectens é o de distribuição mais ampla, existe desde o delta do Nilo até os rios do norte da África do Sul. Vive nas mais diversas condições de PH e temperatura. Como não há como saber de onde o peixe foi coletado, mantenha-o… FELIZ! Observe, teste! Sinta seu peixe, se aumentar um pouquino o PH o faz sentir melhor, faça isso! A princípio, vivem em quaisquer condições.
Protopterus dolloi é originário da bacia do Rio Congo, na África Central, prefere, portanto, PH ligeiramente ácido e temperaturas em torno de 27ºC
Protopterus amphibius vive no leste africano, desde a Somália, passando pelo Kênia, Tanzânia, Moçambique até a África do Sul, em águas geralmente alcalinas. A população que vive no Rio Zambezi, em Moçambique, é acostumada à água salobra.
Por fim, Protopterus aethiopicus, o mais exigente! Por apresentar distribuição mais restrita ao lago Vitória e adjascências, preferem água alcalina, dura e temperada, por volta dos 25ºC.
Muita gente mantém peixes pulmonados em aquários insípidos, já que são peixes grandes, fortes e um tanto desajeitados, mas são ENGUIAS! Possuem o corpo alongado, adoram tocas, se enterrar, se enroscar nas coisas. Sentem-se à vontade e são mais ativos em aquários com decoração mais densa, desde que as peças desta decoração estejam firmemente apoiadas, pois realmente são desastrados!
Adoram plantas e ficam nadando no meio delas graciosamente quando jovens! Fariam o mesmo quando adultos, porém… haja planta para um peixe deste tamanho! O problema, no caso das plantas, além dos movimentos abruptos deles, é o irritante hábito de se enterrarem!
Forneça uma toca para seu peixe e tudo estará resolvido! ADORAM objetos como canos, é uma coisa de outro mundo como gostam! Nenhuma outra toca os deixa mais feliz! Entram e saem de canos como se fosse a brincadeira mais divertida! Nadam através deles, se arrastam por eles puxando-se pelas nadadeiras peitorais, entram de ré… é diversão garantida por horas!
Não são exigentes quanto ao cascalho, mas preferem areia fina. Possuem pele fina em seu ventre.

Companhia é um problema!
Lepidosiren paradoxa é um peixe calmo e doce! Como mencionei, já a mantive com acarás disco, há quem os mantém com grandes pacus ou pequenos tetras! As demais espécies, no entanto, são bastante agressivas. Já vi Protopterus adultos convivendo com Polypterus, Oscares e Cascudos, exemplar de quase 80cm e vive desde muito jovem com esses mesmos peixes. O segredo da coexistência entre peixes jumbos parece ser mesmo a convivência desde a juventude. Acostumam-se com as características e acabam por respeitar uns aos outros.
Mas peixes jumbo são animais bastante “inteligentes” e de forte personalidade, sobretudo os pulmonados. A experiência em aquários comunitários requer observação e seleção de espécies minuciosa. Possível, certamente é!
Pulam com relativa facilidade, melhor manter o aquário sempre muito bem tampado, com um material resistente, como acrílico, e com pesos ou mesmo presilhas plásticas coladas nas bordas do aquário segurando o vidro. Lembre-se que são animais muito fortes!

ALIMENTAÇÃO
Não costumam ser exigentes na alimentação. Adoram lascas de peixes de água doce, peixes vivos, minhocas (sobretudo) e aceitam ração com certa facilidade!
Se quiser, complemente sua alimentação com grandes caramujos e pitus, que são suas mais apreciadas iguarias!
Peixes pulmonados jovens são muito glutões, comem muito e crescem barbaridades nos seus primeiros meses de vida, por isso é importante uma preocupação extra com a quantidade de alimento nesta fase, garantindo a saúde do peixe por toda sua longa vida, que pode chegar aos 30 anos!
Adultos são mais seletivos, podem desistir de comer determinados alimentos ou preferir outros. Não deixe seu peixe mal acostumado, desde pequeno, o ensine e incentive-o a comer ração!

A SAUDE DOS PEIXES PULMONADOS, A SAÚDE DOS DONOS DE PEIXES PULMONADOS!
Dificilmente adoecem, são peixes muito resistentes. Dificilmente apresentam-se desnutridos, pois são realmente muito glutões! O que acontece com freqüência é se machucarem! Muito mais que outros peixes de porte similar.
Geralmente esses ferimentos não requerem maiores cuidados, é bom evitar objetos pontiagudos ou afiados no aquário em todo caso, ainda assim, conseguem se machucar de alguma forma, se por acaso formar fungo ou algo estranho na ferida, é bom pegar o peixe e desinfetar com mercúrio cromo.
É bem nessa hora que podem morder! Mesmo sem dentes, a mordida deles dói muito e costuma ferir! Eles travam a mandíbula ao morder. Se não soltarem em alguns segundos, é necessário pressionar COM MUITA DELICADEZA as laterais da mandíbula para forçar a soltura.
Limpe e trate bem do ferimento, pode infeccionar! Se houver alguma piora nas condições, melhor procurar um médico.

REPRODUÇÃO
Não há casos registrados da reprodução de peixes pulmonados em aquários, mas se tem notícia dela em lagos. Existe criação conservacionista / comercial da espécie australiana, parte da criação é exportada para manter as pesquisas e a reintrodução deste peixe na natureza, como a Ausyfish (www.ausyfish.com).
Protopterus annectens também são criados em cativeiro, mas não disponho de informações a respeito.
Peixes pulmonados ficam enormes e podem se tornar muito agressivos em ambientes pequenos, por isso da criação geralmente ser em lagos e tanques externos.
Os machos de peixes pulmonados lepidosirenídeos constroem ninhos com musgo e folhas, atraem a fêmea com uma corte elaborada, que envolve “enrroscos” e carícias, depois os machos, pais extremamente zelosos, cuidam das proles até começarem a nadar livremente, algumas vezes, as fêmeas também participam dessa tarefa.
Peixes pulmonados ceratodontídeos não fazem ninhos, apenas colocam seus ovos em depressões de cascalho, mas também cuidam da prole com muito zelo.
O grande empecilho para a criação em aquário, na verdade, além do tamanho, pois eles adquirem a maturidade sexual quando chegam perto de um metro de comprimento, é que seu estilo de vida é muito semelhante ao dos killiefishes, ou seja, os filhotes devem nascer logo no começo da estação chuvosa, que é em meados de setembro, e devem estar grandes, fortes e com reservas suficientes para enfrentar sua primeira seca em apenas seis meses!!
Então há fatores climáticos que certamente influenciam a postura. Por sorte, vivemos em condições semelhantes de clima, o que é um incentivo à tentativa.
As desovas são grandes (400, 500 ovos de cerca de 1cm de tamanho), os filhotes nascem com brânquias externas que vão sendo absorvidas gradualmente pelo organismo, e já nascem relativamente bem desenvolvidos, com cerca de 3 a 5cm.
Há apenas uma chance de reprodução por ano e ela deve ser muito bem sucedida, se algo der errado, só haverá outra chance no ano seguinte.
As crias ficam a cargo do pai por cerca de dois meses, quando começam a ter que respirar seu próprio ar e acabam se afastando. Mesmo assim, não existe canibalismo entre um pai e seus filhotes (teoricamente… particularmente acho mais recomendável separa-los depois desse período)
Há um dado fascinante nessa relação Pai e Filhos: Os machos de Lepidosiren paradoxa desenvolvem uma série de estruturas cheias de filamentos na base das nadadeiras ventrais que são “artérias cobertas de uma fina membrana”, parecidas com brânquias externas, mas possuem a função inversa: com esses orgãos especiais, ao invés de captarem o oxigênio da água, como brânquias reais fazem, os pais transferem o oxigênio que captam da atmosfera e é assimilado por seu organismo, passando parte o seu próprio oxigênio, contido em seu próprio sangue, para a água, e nesta mesma operação, absorvem gás carbônico, ajudando na oxigenação ao redor nos filhotes que ainda não possuem pulmões funcionais!! Os pais costumam se enrolar como uma rosquinha e deixar os filhotes no meio deles, onde eles mantêm um micro-ambiente muito bem oxigenado… Não é INCRÍVEL??
A espécie australiana vive em ambientes que nunca efetivamente secam, não formam um casulo de argila e fica enterrada em estado letárgico na terra esturricada como os demais dipinóicos, eles não tem pulmões tão funcionais e não precisam desenvolve-los… Apesar de respirar ser obrigatório, quase tão obrigatório quanto é para seus primos, não possuem resistência em seus organismos, sobretudo na pele, para enfrentar o ar atmosférico mesmo por dias e dias como seus primos. Podem ser mantidos em aquários desde o nascimento até o fim de suas vidas,
Já os lepidosirenídeos, possuem grandes e funcionais pulmões! Moram na água, mas precisam de tanto ar quanto golfinhos, baleias e outros mamíferos marinhos! Não é uma forma de respiração acessória, como nos demais peixes que possuem essa capacidade, é seu sistema principal de respiração, suas brânquias são muito pouco funcionais, muitas vezes atrofiadas, e o modo de pôr esse pulmão para funcionar é o mesmo dos bebes humanos: USANDO, ou seja, precisa-se simular uma seca aos filhotes, para que usem seus pulmões e não morram afogados no futuro por insuficiência respiratória!
Peixes pulmonados jovens podem ser criados em bandejas com apenas poucos centímetros de coluna de água com substrato macio, imagino desta forma incentivamos utilizar cada vez mais seus pulmões!
O dimorfismo sexual é muito sutil e só observável em exemplares adultos, algumas vezes, apenas durante a época de reprodução (característica sazonal).
Machos possuem as nadadeiras filamentosas pélvicas mais largas que as das fêmeas. Começam achatadas e terminam em filamentos, nas fêmeas são só filamentos. Machos possuem o corpo mais fino que as fêmeas, inclusive a proporção das nadadeiras dorsal+caudal+anal (que são fundidas) em relação ao corpo é maior que as das fêmeas.
Vale a pena arriscar! Quem sabe a primeira reprodução de peixes pulmonados em aquários aconteça por aqui?"

Autor: Alexandre Avari







terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Os Gars:

Atractosteus e Lepisosteus, também chamados de boca de jacaré, peixe agulha ou gar, são geralmente encontrados na América do Norte e Central. São peixes predadores e primitivos. A família Lepisosteidae é composta por dois gêneros, Atractosteus e Lepisosteus.

Atractosteus:

Atractosteus são os gars mais parecidos com jacarés, por terem sua boca mais larga e serem maiores e mais largos que os Lepisosteus.



Espécies.: Atractosteus spatula (Alligator gar)Atractosteus tristoechus (Cuban gar)Atractosteus tropicus (Tropical gar).



Lepisosteus:

Lepisosteus são os menores, tendo o corpo e o bico mais fino.O menor Lepisosteus é o Lepisosteus platostomus, que costuma ficar com 60cm em aquários, mas podendo alcançar até 90cm em alguns casos.



Espécies.: Lepisosteus osseus (Longnose gar)Lepisosteus platyrhincus (Florida gar)Lepisosteus oculatus (Spotted gar)Lepisosteus platostomus (Shortnose gar).


O pH ideal é alcalino. Para se criar um gar em um aquário, é necessário grandes tanques com pelo menos 160x75x50cm.


Fotos: Peixes Ornamentais.info (Criando GARS)
GARFISHINDO Tropical (Gallery)


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

As Arraias de Água Doce:

Existem 3 gêneros de arraias de água doce, diferenciadas pelo número de raios peitorais: Plesiotrygon (80), Potamotrygon (95) e Paratrygon (110), com cerca de 20 espécies no total. As mais encontradas tanto nos rios quanto à venda no Brasil são as Potamotrygon. Quatro espécies desse gênero são comercializadas em grandes quantidades. As do gênero Paratrygon são conhecidas também como arraias de antena.
Em alguns países do mundo é comum se apresentar o gênero Dasyatis, cujas espécies habitam água salobra, como raias de água doce. Muitos animais destas regiões que possuem cerca de 1/4 de água salgada e o restante doce realmente sobrevivem em água doce, porém não se pode assumir que elas sobreviverão em boas condições, nem que elas não sofrerão restrição de tempo de vida por causa disso. Apesar da baixa possibilidade de se encontrar animais deste gênero no Brasil, é importante se assegurar da espécie adquirida.
No Rio Negro, um dos rios da Bacia Amazônica onde vivem as espécies mais encontradas em cativeiro e de mais fácil manutenção (como a P. motoro) vivem em águas bem ácidas (chegando a extremos como pH 5.0!) com fundo lodoso e rico em folhas em decomposição. Já as arraias asiáticas (como a P. 58, a arraia chinesa, e a raia de bolas brancas, P. leopoldi) preferem uma água dura e básica, mas vivem em rios com composição do fundo semelhante.
Escolhendo sua Arraia
Na compra, é necessário atentar para diversos fatores como:
A espécie que se esta adquirindo, que influi também na dificuldade de manutenção;
A atividade do animal, já que o exemplar saudável costuma ser ativo, vasculha o aquário e tateia os objetos, nadando em todos os níveis;
A alimentação - é interessante assegurar-se deste ítem pedindo para ver o animal comendo;
As condições onde o animal está acondicionado, que influi na possibilidade de se estar carregando doenças da loja para sua casa ou de adquirir um animal doente.
O inevitável stress do envio pode afetar a atividade, cores ou comportamento, porém elas nunca devem:
Apresentar as bordas do disco constantemente elevadas. Se ela elevar apenas uma vez é um costume normal, como se espreguiçar. Caso surjam dúvidas, apenas faça o animal se movimentar, caso ela retorne ao repouso e tome esta posição novamente, este é provavelmente um animal em péssimo estado. Este hábito indica a death curl, uma doença de causa desconhecida e mortal;
Muco leitoso ou opaco cobrindo o corpo do animal;
Respiração excessivamente rápida, um pouco difícil de analisar sem outros animais por perto.

O Aquário para Arraias:

No aquário definitivo, é importante uma profundidade de pelo menos uns 50 cm, para que o animal possa se movimentar com mais desenvoltura, com a máxima superfície livre possível. Lembrando que um exemplar adulto atinge entre 30 cm e 1 metro ou mais de diâmetro, dependendo da espécie, o tamanho do aquário deve variar de acordo, recomendando-se no mínimo 400 litros. O tamanho do tanque não influenciará no tamanho adulto do animal. Se colocado em um aquário pequeno demais, ele irá apenas crescer um pouco, estressar e morrer antes de atingir o desenvolvimento pleno. Não compre um animal destes sem ter uma montagem adequada para a sua manutenção!
O tanque de um animal desse porte deve ser extremamente bem planejado, com pouca ou nenhuma decoração de fundo, mesmo porque será inútil plantar (já que o animal facilmente arrancará e remodelará o tanque) e pedras apenas irão reduzir o espaço para o animal. Uma boa opção é a utilização de plantas flutuantes mantidas juntas num canto do aquário por canos flutuantes, fornecendo sombra.
O substrato é um ponto importante: nunca use areia comum: os grãos de areia irão cortar as guelras dos peixes enquanto elas estiverem enterradas podendo levar a morte (elas são de ambientes lodosos, não arenosos). O ideal seria a areia conhecida como silk sand, dificílima de se encontrar no Brasil (e lá fora também), cascalho fino, ou nenhum substrato. No caso de um tanque sem substrato, pode-se manter a água ácida ou básica usando-se no filtro um pedaço de tronco ou um pacote de conchas ou pedras calcáreas.
É possível plantar apenas nos cantos do aquário de forma que o meio do aquario permaneça livre. Deve-se trocar muita água constantemente (semanalmente é o ideal) para simular a troca constante que ocorre em função das chuvas, que muitas vezes são diárias. O aquecedor precisa ser bem protegido para que o animal não acabe se queimando ao explorar o ambiente, o que pode ser feito com um tubo de PVC todo perfurado para permitir a circulação da água, associado com uma bomba submersa para garantir um fluxo de água adequado, não formando uma "ilha" de calor apenas na região próxima ao aquecedor/termostato.
A iluminação deve ser reduzida (a quantidade de luz que penetra até o fundo do habitat natural desses animais é muito pequena) o que é outro impedimento para a plantagem, e filtração muito eficiente. Canisters como o Fluval, wet/dry ou filtros com sump de bom porte são imprescindíveis, pois eles são bem "porcos" se alimentando, o que gera enorme carga de metabólitos, requisitando uma filtragem biológica eficiente.

Companheiros:

O ideal é um tanque apenas para a espécie ou companheiros igualmente gigantes como aruanãs, oscars ou cascudos. Se este último tiver mais de 30 cm, deve ser mantido apenas com raias de disco "duro" como a P. motoro. Caso contrário o cascudo pode grudar no disco e aborrecer o animal, comendo parte dela já que grande parte dos Loricarídeos são oportunistas e preferem carcaças a algas, ao contrário do senso comum). Qualquer peixe pequeno o bastante será devorado (e nem precisa ser tão pequeno assim).
Muito cuidado com os aruanãs. O prateado e o negro, nativos do Brasil (Osteoglossum bicirrhosum e O. ferreirae respectivamente) são os mais calmos da família e em geral vivem sem problemas com as arraias, mas os aruanãs da Ásia e Oceania (Scleropages sp.) são muito mais agressivos e não são bons companheiros por viverem mais no fundo. Existem muitas histórias e fotos de Scleropages que mataram arraias em aquário, e muitas vezes perdem um olho por levarem uma ferroada.
Arraias podem ser mantidas em grupos. Praticamente não ligam uma pra outra, apesar de ocorrerem eventuais brigas, especialmente entre machos. O único impedimento é o tamanho de um tanque adequado para um grupo, que já é gigantesco para um só exemplar. Ele tem que contar com espaço o bastante para evitar o contato constante entre elas, o que pode resultar em ferimentos pelos ferrões.
Mesmo que se monte um aquário para um só exemplar, é interessante a utilização de um aquário hospital para aclimatação, já que muitas doenças podem chegar ao local, instalar-se, e apenas se manifestar caso algo dê errado, como num momento de stress (mudanças, manutenção, falta de luz).

Manejo da Arraia:

A existência do ferrão é um agravante: sempre fique atento no manejo, o veneno é bem desagradável e o ferimento pode causar várias reações desde infecções até a morte em caso de choque anafilático. O ferrão é trocado aproximadamente de 6 em 6 meses, em uma boa parte do tempo é possível acompanhar o crescimento da nova arma.
Alguns criadores utilizam mangueiras de distribuição de ar (lembra dos velhos tempos da bombinha de ar e pedra porosa?) para encapar o ferrão, assim evitando acidentes no manejo. Esta é uma forma que se desenvolveu para se manipular (ou PERTURBAR) o animal com menos riscos, porém o ferrão novo cresce sem que o velho seja solto, então durante um bom período do tempo o animal possui 2 ferrões, o que gera mais trabalho. Como a manutenção exige pouca ou até mesmo nenhuma interação física homem-animal, é mais arriscado encampar o ferrão a cada 6 meses do que deixar o animal em paz, sem contar que é menos estressante.

Alimentação:

Alimentam-se facilmente. São carnívoras, na natureza basicamente comem anelídeos, vermes, insetos e peixes. No aquário podem ser alimentadas com pequenos peixes, bolinhas de patê de fígado, minhocas, larvas de tenébrio, zoophobas e camarões de água doce (muito apreciado). Animais recém adquiridos que entraram em processo de anorexia (recusa de alimentos) costumam voltar a comer quando se oferece camarões ou minhocas vivas.
É muito simples acostumar um exemplar a comer na mão: com o animal já estabilizado no aquário, pegue um pedaço de comida palatável (com sabor agradável, que ela goste) e mostre a comida ao peixe, que provavelmente irá atrás. Muito cuidado com essa brincadeira, primeiro pelo perigo do ferrão, depois pela sujeira que é enfiar a mão constantemente no aquário. Depois da alimentação é ideal retirar todos os restos de comida com uma rápida sifonagem.
uito evidente quando se compara os sexos, e visível inclusive em um animal impúbere.
O grande problema é que não se tem definido os fatores que desencadeiam a reprodução (como o foto


Reprodução:

Apesar de ser difícil a reprodução em cativeiro (mais por causa do tamanho do que por outro motivo) ela é bem documentada e muitos aquaristas americanos, europeus e instituições de pesquisa destes animais conseguem com relativa facilidade. São ovovivíparas (ou vivíparas, já que a primeira expressão está caindo em desuso), atingem a maturidade sexual aos 2 anos, e geram uma prole de até 10 filhotes (na média cerca de 4) por temporada. O macho apresenta o clásper, um par de órgãos sexuais localizado entre a nadadeira anal e o "rabo", semelhantes a dois pênis paralelos, um de cada lado da cauda, mperíodo, a temperatura da água, pH e a variação destes fatores), mas sabe-se que é imprescindivel uma qualidade de água excelente com baixíssimas e estáveis quantidades de nitritos e nitratos. O acasalamento é razoavelmente violento, e não raro a fêmea se machuca com relativa seriedade. Nestes casos é aconselhável cuidados preventivos para que os ferimentos não infeccionem. A gravidez dura cerca de 3 meses.

Conclusão:

As arraias de água doce são animais sensíveis e que precisam de muita dedicação dos aquariofilistas.
São animais extremamentes exigentes e que precisam de uma ótima qualidade da água.
Mas ao mesmo tempo, todas as dificuldades de se criar uma arraia não são nada perto da grande satisfação de se ter um animal como esse em casa


Fonte: Fórum Aquário (Arraias de água doce)

Fotos: Inspiração Verde (Pantanal - Perigo aos Pescadores)
Monster Aquarium (Arraias de água doce em aquário)